segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Aluna da Pós, Sandra publica excelente artigo a respeito da urgente necessidade de adotar medidas para garantir o respeito aos direitos humanos


GARANTIR OS DIREITOS HUMANOS É ESSENCIAL

Sandra Mara Modolo

Diante de tantos acontecimentos bárbaros em que o ser humano luta para ainda não ser visto como um simples objeto busca-se cada vez mais a efetivação desses direitos por meio de políticas públicas e maior participação do Estado para conter atos desumanos.

Entre tantos interesses nacionais particulares, os ideais do Estado voltado cegamente para uma política neoliberalista colidem com interesses humanitários, esses Estados buscam na maioria das vezes sua hegemonia econômica, deixando muitas vezes de lado as preocupações com relação a políticas públicas para o desenvolvimento social e a luta por um ideal comum, ou seja, bem-estar de todos e o desenvolvimento econômico atrelado a um programa de distribuição de renda e desenvolvimento social. Assim, no Estado Neoliberalista voltado a um idealismo egoísta, em que a ambição fala mais alto, vende-se a uma falaciosa ideia de que o Estado não deve intervir em assuntos sociais, não deve desenvolver políticas publicas, mas tão somente, se preocupar com o estabelecimento de uma economia de mercado livre, do “Estado mínimo” que estará mais preocupado na preservação de sua imagem como “dominador” e muitas vezes, até imperialista. A sensação de poder se sobrepõe aos valores ético-morais que foram conquistados no decorrer da história e que agora estão sendo readaptados nesta forte influência neoliberal, de um Estado ausente das políticas públicas de desenvolvimento social, preocupado apenas com o capital e perdendo o discernimento quanto ao que pode ser considerado moral ou amoral.

Lutas foram travadas ao longo da existência humana a fim de garantir um mínimo digno a todos. Um mínimo para se viver em paz, um mínimo para se viver em harmonia com o meio ambiente, para que o homem possa viver em sociedade e conseguir garantir seus direitos básicos acima de tudo.

Hoje falamos em internacionalização desses direitos humanos, em que há a união de Estados com o objetivo de ratificar tratados ou convenções que possam assegurar uma vida mais humana e digna aos povos. Contudo, nem sempre se obtém o êxito. Ainda lutamos para que países desenvolvidos, os quais não querem perder seu rótulo de potência mundial e sua força econômica e até mesmo sua hegemonia militar, ratifiquem documentos como a Convenção de Stocolmo, a qual visa à diminuição de fluídos poluidores com o objetivo de defender nosso planeta contra a degradação do meio ambiente e até mesmo o tratado que criou o Tribunal Penal Internacional que visa prevenir a ocorrência de crimes de guerra, crimes contra a humanidade, genocídios etc.

Apesar dos diversos interesses econômicos e em meio à tamanha diversidade cultural que envolve os povos, é necessário resgatar a ideia central dos direitos humanos, isto é, garantir a dignidade humana, a qual visa o bem estar social de todos, a diminuição das desigualdades, um maior diálogo entre os Estados para que haja o consenso e a garantia da efetivação de todos os direitos já consagrados pelas diversas declarações humanitárias e, ainda de outros direitos que possam surgir, desde que sejam essenciais para a manutenção e perpetuação da raça humana.

Entidades pedem novo ministro do STF ligado aos direitos humanos

*Notícia retirada do Blog "Vermelho" http://www.vermelho.org.br/

Entidades pedem novo ministro do STF ligado aos direitos humanos

Com a aposentadoria do ministro Eros Grau, abre-se uma vaga para o Supremo Tribunal Federal (STF). Os movimentos sociais estão empenhados em ver assumir o cargo alguém comprometido com os direitos humanos. Para isso, enviaram carta ao Presidente Lula, a quem cabe fazer a escolha do nome; e ao ministro da Justiça, Luis Paulo Barreto. A carta teve a adesão de mais 20 organizações e entidades de direitos humanos de todo o país e conta agora com 37 assinaturas no total.O documento, enviado primeiramente no dia 27 de julho, reivindica que o compromisso com os direitos humanos seja um dos requisitos para o/a próximo/a indicado/a a ministro/a do STF e que o processo de indicação conte com maior participação da sociedade civil.

Após o envio, a carta recebeu novas adesões porque depois da carta circular entre as organizações surgiram diversas manifestações positivas ao documento. A carta foi reencaminhada com as novas assinaturas na terça-feira (3).

A fase de indicação presidencial acontece antes da sabatina do indicado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, e da votação em Plenário, momentos esses em que a participação da sociedade também se mostrará importante.

Leia carta:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Excelentíssimo Senhor
Ministro da Justiça Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

03 de Agosto de 2010.

Ref. Direitos Humanos como critério da indicação para o cargo de Ministro do STF

As organizações que abaixo subscrevem, acompanhando o processo de indicação presidencial que irá substituir o Excelentíssimo Senhor Ministro Eros Grau no Egrégio Supremo Tribunal Federal, vêm à presença de V. Excelência expor e requerer:

Considerando que a cada dia cresce o número de questões sociais, econômicas e culturais levadas ao judiciário, verifica-se que amplia a sua relação e responsabilidade com os direitos humanos enquanto indivisíveis e interdependentes. Diante disso, a sociedade civil organizada, movimentos sociais, instituições superiores de ensino vêm sentindo os efeitos de sua atuação, e reconhece a importância do judiciário enquanto instrumento de concretização destes direitos, buscando ampliar a aproximação com esse poder para o cumprimento do que está previsto na nossa Constituição Federal de 1988, assim como, nos tratados, convenções e pactos internacionais.

Para o fortalecimento da democracia e a construção de uma efetiva cultura de direitos humanos no Brasil, é indispensável a criação de mecanismos efetivamente democráticos de participação social nas questões que envolvem o Poder Judiciário.

Nesse sentido, a presente manifestação tem por objetivo reivindicar que neste processo de indicação ao cargo de Ministro do STF, seja garantida e contemplada a participação da sociedade brasileira em sua pluralidade de dimensões no campo dos direitos humanos. Assim, reivindica-se que a indicação à Suprema Corte tenha como critério principal o efetivo compromisso do/a candidato/a com os direitos humanos.

O processo de nomeação ao STF caracteriza, de um lado, a interdependência dos Poderes da República, e evidencia, de outro, a intrínseca dimensão política que reveste o Poder Judiciário na sua estrutura constitucional.

Soma-se a esta dimensão estrutural o fenômeno da judicialização da política, uma tendência que se consolida e ganha força na sociedade contemporânea, e que acaba por ocasionar, pela via reversa, a própria politização da justiça, explicitando o ciclo de evidências sobre a dimensão política da justiça.

Nunca é demais ressaltar que o compromisso com a efetivação dos direitos humanos, em todas as suas dimensões, foi alçado à condição de núcleo essencial do Estado Democrático de Direito. Aí reside, portanto, a relação entre os direitos humanos, e este processo político que irá nomear mais um/a jurista incumbido/a da função pública da guarda da constituição.

Diante desses motivos, vimos reivindicar que seja garantida a opinião e participação da sociedade nesse processo. Eleger como critério determinante para a indicação presidencial o compromisso e atuação do indicado em prol da efetivação dos direitos humanos, representa, neste momento, um necessário mecanismo de democracia e participação social.

É o que se apresenta diante de Vs. Excelências.

Assinam esta Carta:

Aliança de Controle do Tabagismo - ACT
Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids - ABIA
Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia - AATR
Comissão de Direitos Humanos da Universidade Federal da Paraíba
Dignitatis - Assessoria Técnica Popular
Geledés Instituto da Mulher Negra
Instituto de Estudos Sócioeconômicos - INESC
Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos - IDDH
Justiça Global
Mariana Criola - Centro de Assessoria Popular
Plataforma Dhesca Brasil
Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos - SDDH
Terra de Direitos

Novas adesões:

Ação Educativa
Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Estado do Rio de Janeiro - ACQUILERJ
Associação de Moradores do Porto das Caixas
Associação de Moradores do Quilombo Campinho da Independência - AMOQC
Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte/PR - APROMAC
Associação de Saúde Ambiental/PR - Toxisphera
Centro de Cultura Negra do Maranhão
Centro de Direitos Humanos de Sapopemba "Pablo Gonzales Olalla"
Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul/Bahia - CEPEDES
Centro Feminista de Estudos e Assessoria - CFEMEA
Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Maranhão
Comunidade Bahá'í do Brasil
Conectas Direitos Humanos
Conselho Nacional de Mulheres Indígenas - CONAMI
Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas -
CONAQ
Fórum Carajás
GT Combate ao Racismo Ambiental
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas - IBASE
Instituto de Defesa do Consumidor - IDEC
Instituto Terramar
Movimento das Fábricas Ocupadas
Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH
Movimento Popular de Saúde Ambiental de Santo Amaro/BA - MOPSAM
Sociedade Maranhense de Direitos Humanos