O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu nesta quarta-feira uma entrevista a dez blogueiros na qual insistiu na "necessidade" de que o País discuta uma nova lei de imprensa que regule a atividade dos meios de comunicação. "Regulação não é crime. O crime é a censura. Há regulação nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Portugal e França e lá ninguém diz que isso é um crime", disse Lula na conversa com dez "blogueiros independentes" que foi transmitida pela internet.
O presidente reafirmou seu "compromisso" com a liberdade de imprensa, assegurando que é resultado dela, mas não deixou de criticar os grandes veículos de comunicação, dizendo que "distorcem informações" e "acham que o povo pode ser manipulado".
Segundo Lula, o fenômeno de internet obriga a imprensa tradicional a mudar, porque é desmentida em tempo real e depois tem que se retratar, "o que é extraordinário", mas também impõe a necessidade de novas regulações para os meios de comunicação, mas "sem censura", ressaltou, porque "isso é uma estupidez".
"É preciso trabalhar para democratizar os meios eletrônicos e para que o leitor saiba mais e seja o verdadeiro controlador de sua própria vontade", afirmou.
Na entrevista aos blogueiros, o presidente também reiterou suas críticas a setores da imprensa brasileira, que na sua opinião não refletem a realidade do País e se comportam como opositores de seu Governo. "Tenho medo que dentro de cem anos alguém veja um jornal ou uma revista desta época e tenha a pior impressão possível", disse o presidente, afirmando que quem se apegar à imprensa brasileira, não saberá o que aconteceu no País.
Lula também admitiu que tem um problema público com a chamada "mídia antiga" e revelou que se orgulha de que no dia 1º de janeiro terminará seu mandato "sem ter almoçado nem jantado em uma revista, nem em um jornal".
Lula antecipou que antes do fim do ano espera ter concluído um projeto de lei dirigido a estabelecer regulações à imprensa, sobre o qual não deu detalhes, embora disse que sua discussão no Congresso ficará a cargo da presidente eleita, Dilma Rousseff.
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