quinta-feira, 1 de julho de 2010

Vídeo indicado pelo professor Me Isael José Santana sobre linda interpretação de texto de Cleide Canton e Rui Barbosa, intepretado por Rolando Boldrin

O Professor Isael José Santana indica para todos os alunos e professores do Curso de Pós Graduação em Direitos Humanos da Uems um vídeo onde Rolando Boldrin interpreta com a emoção e competência que lhe é peculiar um texto de Rui Barbosa e Cleide Canton. A interpretação pode ser acessada no link: http://www.youtube.com/watch?v=Lo1gPVsKp5E&feature=related

O PONTO DE EQUILÍBRIO DA ORDEM SOCIAL


Silvio de Oliveira.
Claudivino Candido da Silva

Os legalistas encontram na positivação das normas a solução para os problemas da ordem social e comumente propalam defesas apaixonadas de ser ela a única verdade reinante e capaz de ostentar uma resposta aos anseios da população.
Toda vez que surge a indignação do coletivo social ou do inconsciente coletivo sobre determinados acontecimentos, costumeiramente, a massa social encontra respaldo em inconseqüentes legisladores que trazem na cartola a mágica receita do bolo, pronta e acabada.
Os invólucros são patentes ostensivas de todos os sabores e para todos os gostos, ou seja, instantaneamente aparecem soluções milagrosas com aparência de legalidade para contemplar a vaidade pessoal dos nossos leigos e cultos legisladores. Até tentativas alucinadas da implantação da pena de morte em tempo de paz afrontando o texto constitucional ganham forma e peso, afloram vaidades esquecidas e ilusões perdidas.
O que não se pode e nem se deve afirmar é até que ponto existe razão nas emoções dessa comunidade pré-existente e defensora de valores que se alicerçam na hipocrisia e no cinismo, transvestidos de moral e ética.
Na complexidade do mais do mesmo, círculo vicioso que de nada adianta, uma vez que não resolve o problema posto à baila, porque só o texto frio da Lei de nada serve. Aliás, serve sim, para inchar o já abarrotado poder judiciário de processos e eternizar os problemas da super-hiper-mega-power lotação do sistema penitenciário pátrio. Numa interpretação restrita o mais do mesmo se traduz na criação de nova lei a cada nova situação problema surgida, que cause repulsa na contaminada sociedade esquecida de valores e com necessidade de soluções imediatistas.
Diante da conflituosa realidade social e muitas vezes na contra-mão do destino vem a lume a nossa tímida e embrionária visão sobre os Direitos Humanos. Seu conceito e sua aplicabilidade no atual organismo social, a amplitude das suas inter-relações no âmbito interno e internacional. A autonomia estatal versus as mazelas suportadas pelo gênero humano.
Todavia, os problemas de ordem cultural, social, econômicos, geográficos dentre outros, devem ser respeitados. A valorização do SER em oposição ao TER, hodiernamente, o segundo é pré-requisito para o primeiro, o que fere os valores do ser humano. Estamos em formação de uma consciência social, e ai reside o perigo. Existe uma relativização da consciência. Não há um dosador, uma medida de valor, na formação do SER o fato preponderante é a construção do caráter. O indivíduo na celeuma interpretativa do bom e do mau. Dessa forma, podemos dizer que a nossa consciência ainda é individual, com todos os problemas da individualidade do SER.
Assim, o parâmetro para a vida em sociedade reside no livre arbítrio do homem, suas lutas trazem como resultados vitórias e derrotas que contribuem sobremaneira para a reafirmação do primado da razão. Entretanto, a valoração da conduta do “eu sou deus” desnuda o estado de cegueira e egoísmo dessa mesma sociedade. Daí, atribuir-se a visão egocêntrica do homem como centro de tudo decorre da sua ação ou inação.
Há quem viva sob os auspícios da mui e respeitosa coerção religiosa, sustentados nos pilares da fé, na dicotomia do certo e do errado, na elasticidade do céu e do inferno, do bem e do mal e do bom e do mau.
A verticalização hierárquica na construção do saber social, da vida em comunidade e da materialidade do bem comum dá azo a questionamentos da existência ou não de um ponto de equilíbrio da ordem social. É nesse emaranhado de divagações e procura que nos arriscamos todos os dias na sensacional aventura do experimento da transformação.
Contudo, não sabemos ao certo qual será o resultado dessa brincadeira maravilhosa. Podemos arriscar! Vale cada uma das tentativas. Vale buscar os caminhos éticos, a moral sã, a espiritualidade e a fé na força do humano SER. Em suma, os direitos humanos parâmetro da ordem social e seu ponto de equilíbrio. A corda é bamba.