segunda-feira, 28 de junho de 2010

Brasil será julgado pela Organização dos Estados Americanos em razão da manutenção da Lei de Anistia

OEA vai julgar Brasil por causa da Lei de Anistia
Por AE (Agência Estado)
A Organização dos Estados Americanos (OEA) quer uma definição sobre a Lei de Anistia no Brasil para o início do segundo semestre, antes das eleições presidenciais no País. O governo brasileiro sentará no banco dos réus da Corte Interamericana de Direitos Humanos nos dias 20 e 21 para a última audiência em relação à Lei de Anistia. O caso foi aberto pela OEA há um ano, e a entidade não esconde que espera uma condenação.
Em junho, uma missão da Comissão de Direitos Humanos da OEA visitará o Brasil para tratar do assunto e a entidade promete intensificar a pressão sobre o País diante da recusa do Supremo Tribunal Federal (STF) em permitir o julgamento de casos de tortura durante o regime militar. Uma condenação não poderá ser apelada e, sabendo dessa situação, o governo informou à OEA que enviará uma delegação de peso à Costa Rica, onde ocorrerá a audiência em duas semanas.
Na quinta-feira passada, o STF decidiu, por 7 votos a 2, rejeitar a ação impetrada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que pedia uma revisão da lei de 1979. No dia seguinte, a cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) atacou a decisão e pediu o fim da impunidade no Brasil.
Na OEA, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos já havia aberto uma ação contra o governo brasileiro por não ter cumprido suas recomendações feitas em 2008 de punir os responsáveis pela detenção arbitrária, tortura e desaparecimento durante a ditadura militar (1964-1985). Os casos envolvem 70 pessoas ligadas à Guerrilha do Araguaia e camponeses que viviam na região.
Segundo o secretário-executivo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (órgão criado pela OEA), Santiago Canton, o caso promete chegar a uma conclusão ainda em 2010. "Nós na Comissão de Direitos Humanos já demos nossa versão, apontando que a manutenção da Lei de Anistia vai contra o que acreditamos ser a direção legal que o continente deve tomar. Mas o governo brasileiro não cumpriu e por isso é que caberá agora à corte dar sua decisão", explicou.
Punição
Essa é a primeira vez que os casos envolvendo crimes durante a ditadura chegam à corte. A ação poderá condenar internacionalmente o Brasil a não mais usar a Lei de Anistia como argumento para isentar de punição acusados de crimes contra a humanidade cometidos na ditadura. No Chile e Peru, os governos foram obrigados a abandonar suas leis de anistia diante da condenação emitida pela corte na Costa Rica.
A missão da Comissão da OEA que irá visitar o Brasil para tratar da questão da anistia tratará também da situação das prisões. O caso do Espírito Santo e as condições reveladas há poucas semanas por organizações não-governamentais (ONGs) serão alvo de um debate entre a OEA e governos estaduais e federal. Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.
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3 comentários:

  1. GRAÇAS A DEUS... que venha a justiça, ainda que tardia. Toma na cabeça Eros! Nas palavras do mesmo: "pronto deslinde, de uma vez por todas, sem demora". Na sua gordíssima aposentadoria, em sua bela mansão, deverá pensar que AGORA SIM começará a justiça a ser feita, DE UMA VEZ POR TODAS, e SEM DEMORA. Tanto teoria pra justificar a INJUSTIÇA.
    OTIMISMO, OTIMISMO E OTIMISMO.
    O ilustre relator, e acompanhado dos outros 6 deuses do Olimpo, tentaram EM VÃO, legalizar uma INJUSTIÇA.
    O Eros, afirma em seu voto: "O acompanhamento das mudanças do tempo e da sociedade, se implicar necessária revisão da lei de anistia, deverá ser feito pela lei, pelo Poder Legislativo, não por nós". Foge da raia entao!

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  2. Estava desacreditado da figura da ADPF. As vezes a grandiosa intelectualidade e saber jurídico dos ministros, emperra a própria justiça.
    CAÇA AOS TORTURADORES, ESTUPRADORES, E ASSASSINOS INSTITUCIONALIZADOS!

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  3. A Argentina, o Chile e até mesmo o Peru já foram condenados. O Brasil certamente será e isso é muito bom, pois a condenação torna a Lei de Anistia completamente sem efeito. Nesses momentos surge a esperança novamente na Justiça.

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